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Publicação - Março 2023

 

No ano de 1813

Completaram-se, no passado dia 13 de março, 210 anos sob a data do falecimento de José de Seabra da Silva (1732-1813).

Natural de Vilela, filho do conselheiro da fazenda e desembargador do paço, Lucas de Seabra da Silva e de D. Josefa Teresa de Morais Ferraz, administradora do vínculo de Figueiró dos Vinhos, foi homem de rara inteligência. Seabra da Silva completa precocemente os estudos preparatórios em casa e matricula-se na faculdade de leis da Universidade de Coimbra com apenas onze anos, doutorando-se com dezoito.

Chamado por D. José I, em 1765, a coadjuvar Sebastião José de Carvalho Melo, à época Conde de Oeiras e futuro Marquês de Pombal, chega a ministro de Estado adjunto. Contudo, uma intriga palaciana leva-o, primeiro, aos calabouços do castelo de S. João da Foz, no Porto, depois à ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, e, finalmente, ao presidio angolano de Pedras Negras.

Regressa ao poder com D. Maria I, que o nomeia ministro e secretário de Estado dos Negócios do Reino. É no âmbito deste cargo e no cumprimento de ordens reais, que Seabra da Silva manda, em 1791, levantar o mapa topográfico, no qual se esboça o trajeto da estrada desde a chamada “Serra de Rio Maior” até Leiria.

Num país, à época, com uma rede viária deficitária e limitada, a abertura de uma via, com as características da nova estrada real, teve profundo impacto, muito especialmente na dinâmica das localidades situadas no seu percurso ou na sua proximidade, como sucede com Rio Maior.

A associação de Seabra a Rio Maior não se limita, todavia, ao trajeto da estrada real. Será naquela que ficará conhecida como a “Quinta do Seabra”, situada em São João da Ribeira, que o estadista cumprirá um segundo degredo, desta feita em resultado de desentendimento com o príncipe D. João.

Em 1804 é autorizado a regressar à propriedade que possuía em S. Sebastião da Pedreira, em Lisboa, onde vem a falecer.

Bibliografia: Marquez de Resende, Elogio Historico de José de Seabra da Silva (…) (Lisboa, 1861); Ricardo Charters D’Azevedo, A Estrada de Rio Maior a Leiria em 1791 (Leiria, 2011).

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