A GRANDE FEIRA ANUAL
- O CIRCUITO CICLISTA
O Circuito Ciclista de Rio Maior surgiu devido à diminuição de público que se observava no terceiro dia da Feira de Setembro.
Em 1948, o Major Francisco José Cardoso Cabral de Quadros, na altura Presidente da Câmara Municipal, pensou dinamizar o último dia de feira. Para tal, além de uma sessão noturna de fogo-de-artifício para encerramento do certame, levou-se a efeito uma prova de ciclismo entre populares, prova essa que foi organizada pelo Clube de Futebol “Os Mineiros”, que nessa altura atingira um certo relevo no desporto nacional. Para além de uma prova de corrida de bicicletas para amadores existia ainda uma corrida de bicicletas motorizadas.
O percurso estabelecido era o seguinte:
Rio Maior, São Pedro (Santarém), Alcanede, Rio Maior. O vencedor inaugural desta prova foi João Marcelino de Rio Maior, que mais tarde viria a integrar a equipa de ciclismo do Benfica.
Nos três anos seguintes o percurso da corrida era o seguinte:
Rio Maior, Moinho de Ordem, Vila da Marmeleira, Louriceira, Entroncamento Espanhol, Rio Maior.
Como aquele itinerário não fosse suficiente para manter o público em Rio Maior, passou o circuito a ser disputado entre Rio Maior, Fonte da Bica, Alto da Serra, Rio Maior, aumentando assim a frequência de passagens ou voltas pelo centro da Vila. Mais tarde optou-se por novo circuito entre Rio Maior, S. João da Ribeira, Rio Maior.
Estes circuitos foram sempre organizados por comissões improvisadas até 1957, participando neles corredores independentes do Alpiarça, Bombarralense e até do Benfica, tais como Miranda Céu, Miguel Rodrigues, Eduardo Nicolau e Aníbal Costa.
Em 1958, o circuito foi oficializado, fazendo parte do calendário oficial da Federação Portuguesa de Ciclismo, o que contribuiu para que se tornasse numa das melhores provas do género, atraindo a Rio Maior milhares de pessoas no último dia da feira, bem como incutindo interesse nos maiores clubes de ciclismo nacionais, que se faziam representar através dos seus melhores corredores como foi o caso da participação do campeão nacional Joaquim Agostinho no XV Circuito Ciclista da Feira de Rio Maior.
É em 1958 que a Câmara Municipal cria a Comissão Organizadora do Circuito, contando com nomes como os de Joaquim Pereira de Deus, Francisco Palhinhas, Francisco Marques e Amílcar Almeida, entre outros. A organização contava ainda com o apoio dos Bombeiros Voluntários de Rio Maior.
O circuito passa a ter quilometragem certa, composto por cinquenta voltas disputadas na vila, com partida da Rua Dr. Francisco Barbosa, Largo do Rio da ponte, Av. Dos Combatentes, Carraxanas, Rua D. Afonso Henriques, Praça da Republica, terminando na Rua Dr. Francisco Barbosa, num total de 65 Km.
Passagem na Rua General Carmona (atual Praça da Republica)
Fonte: Arquivo Municipal
A partir de 1962, a Associação de Bombeiros Voluntários de Rio Maior passou a organizar o circuito, até à sua extinção em 2001.
Em 1994, com a “Recriação de Rio Maior na 1ª Metade do Século XIX”, sendo que existia ocupação de algumas artérias em que era habitual decorrer a prova, as voltas foram alteradas para a Av. De Portugal, Rua Carolina Amália, Largo Ana Pina Natal, Rua Marquês de Rio Maior, Rua Ferreira Campos, Rua D. Afonso Henriques, EN1, Freiria e de novo Av. De Portugal.
Em 2001 realiza-se pela última vez a prova do circuito ciclista, integrado na Feira Nacional da Cebola, deixando a todos uma enorme saudade pelo domingo de feira, preenchido pela enorme afluência de visitantes ao centro da cidade e pela fervorosa disputa entre as equipas de ciclismo que fazia a delícia de miúdos e graúdos.
Quadro de Honra
ANO |
CICLISTA |
CLUBE |
|
|
|
1958 |
Henrique Castro |
Benfica |
1959 |
Alves Barbosa |
Sangalhos |
1960 |
António Pisco |
Alpiarça |
1961 |
José Pacheco |
Porto |
1962 |
Lima Fernandes |
Alpiarça |
1963 |
José P. Carvalho |
Sporting |
1964 |
Sérgio Páscoa |
Tavira |
1965 |
António Pisco |
Alpiarça |
1966 |
Mário Silva |
Porto |
1967 |
Manuel Costa |
Benfica |
1968 |
Sérgio Páscoa |
Sporting |
1969 |
Fernando Mendes |
Benfica |
1970 |
Emiliano Dionísio |
Sporting |
1971 |
Manuel Luis |
Sporting |
1972 |
Francisco Miranda |
Sporting |
1973 |
Emiliano Dionísio |
Sporting |
1974 |
Manuel Gomes |
Sporting |
1975 |
Manuel Gomes |
Sporting |
1976 |
Alexandre Ruas |
Costa do Sol |
1977 |
João Duarte |
Bombarralense |
1978 |
José Amaro |
Benfica |
1979 |
Francisco Miranda |
Bombarralense |
1980 |
Fern. Fernandes |
Porto |
1981 |
Alexandre Ruas |
Lourosa |
1982 |
Fern. Fernandes |
Boavista |
1983 |
Marco Chagas |
Mako Jeans |
1984 |
Carlos Ferreira |
Lousã |
1985 |
Paulo Ferreira |
Sporting |
1986 |
José Xavier |
Sporting |
1987 |
Rui Duro |
Louletano |
1988 |
José Xavier |
Louletano |
1989 |
Paulo Pinto |
Sicasal |
1990 |
Dulas Andreyv |
Ruquita |
1991 |
Paulo Silva |
Orima |
1992 |
Gonçalo Amorim |
Tensai |
1993 |
Pedro Lourenço |
Tróia Marisco |
1994 |
Carlos Jesus |
Recer-Boavista |
1995 |
Stancho Stanchev |
Bom Petisco |
1996 |
Jesus Blanco Villar |
W52 |
1997 |
Vidal José Fitas Pereira |
Progecer |
1998 |
Jesus Blanco Villar |
LA-Pecol |
1999 |
Vidal José Fitas Pereira |
Porta da Ravessa |
2000 |
Paulo Jorge Martins Teixeira |
Gresco-Tavira |
2001 |
Luis Miguel Paulo |
Marquês de Marialva |
Por: Ricardo Rosário