No ano de 1932
Há 90 anos atrás, no número 21 do Jornal de Rio Maior é divulgada a criação da Associação Agrícola de Rio Maior. A decisão de constituir esta associação resulta de uma reunião de lavradores, realizada no Teatro Riomaiorense no dia 2 de outubro de 1932. Neste mesmo encontro são eleitos os corpos gerentes, incluindo o presidente da Assembleia Geral, Manuel Geraldes, assim como o Presidente da Direção, Aires de Sá.
A iniciativa revelou-se um sucesso, não só pelo número de associados que esta coletividade chega a congregar, mas também pelo dinamismo que a direção consegue imprimir e mais especificamente o seu presidente Aires de Sá, incluindo no rol de atividades a formação de um celeiro concelhio e a edição do “Boletim Agricola”.
Personalidade local marcante, Aires Augusto Mesquita de Sá, natural de Fráguas, acumulou a atividade de empresário com o associativismo, o jornalismo e a política e contribuiu de forma marcante para a valorização e divulgação dos recursos naturais do território. A vinda a Rio Maior de Fritz Kruger, engenheiro chefe da Empresa Industrial Portuguesa, em 1913, do famoso padre Himalaya (Manuel Santos Gomes, 1868-1933), acompanhado pelo diretor do “Seculo Agricola”, Álvaro de Castro Neves, em 1914, assim como do renomeado geólogo suíço Paul Choffat em 1916, partiram de convites seus. Na edição “A Voz do Campo”, que dirige e publica entre 1913 e 1915, Aires de Sá descreve a visita dos primeiros, assim como o estudo e a exploração de minérios nas franjas da serra dos Candeeiros, incluindo o manganez, que explora como adubo.
A Associação Agrícola terá, entretanto, curta duração, sendo extinta em 1939, passados apenas sete anos da sua constituição, em resultado da implantação dos Grémios da Lavoura, organismo de organização corporativa do Estado Novo.
Na imagem: Aires Augusto Mesquita de Sá, in “Concelho de Rio Maior” A1N3
Fontes: A Voz do Campo (…), 1913-1915; Boletim Agricola (…), 1932-1934; Concelho de Rio Maior, 1936-1950; Jornal de Rio Maior, 1.ª Se 1931-1933 e 2.ª Se 1956-1960.