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quinta-feira, 03-05-2012.

Sessão Solene das Comemorações do 38.º Aniversário do 25 de Abril

A Câmara Municipal de Rio Maior assinalou a passagem do 38.º aniversário do 25 de Abril com uma sessão solene realizada, nesse mesmo dia, no auditório dos Paços do Concelho.
António Arribança, Presidente da Assembleia Municipal de Rio Maior abriu a sessão dando as boas vindas aos presentes.
Seguiram-se as intervenções dos líderes parlamentares: Olga Paula, em representação do MIUR, Júlia Figueiredo, do MIC Rio Maior, Carla Rodrigues, do Bloco de Esquerda, Augusto Figueiredo, da CDU, António Moreira do PS, e Raul Bouzada Pinto, da Coligação “Juntos Pelo Futuro” (PSD/CDS-PP).
Olga Paula começou por frisar que “passados 38 anos do 25 de Abril presenciamos filas de pessoas, famílias inteiras, à porta de associações de solidariedade social para que lhe possam dar uma refeição quente”. Com base no tema da solidariedade, a representante do MIUR leu de seguida um texto de Boaventura de Sousa Santos, intitulado “A solidariedade não é palavra vã”.
Seguiu-se a intervenção de Júlia Figueiredo que recordou a visita feita à Grécia, precisamente no dia 25 de Abril de 2011. A líder do MIC Rio Maior declamou ainda um poema de Fernando Pessoa aconselhando todos os portugueses a lê-lo, sobretudo os políticos.
Das palavras da representante do Bloco de Esquerda destaca-se: “Estamos hoje numa situação em que na democracia está ausente o povo, à exceção do direito de voto. Numa situação de crise, as condições de vida tão desejadas pelo povo tem piorado de dia para dia. A nível nacional como local, assiste-se a uma crescente falta de respeito pelo cidadão, falta de respeito pelos seus direitos fundamentais, pelos direitos que Abril abriu as portas”, disse Carla Rodrigues que lamentou ainda o aumento do número de desempregados no Concelho de Rio Maior.
Seguidamente foi a vez de Augusto Figueiredo usar da palavra: “38 anos após o 25 de Abril o rumo que nos é imposto é o rumo do declínio. Hoje é o rumo do declínio económico e do retrocesso social”. A finalizar o deputado da CDU frisou ainda que “está nas nossas mãos construir um novo 25 de Abril.
A abrir a sua intervenção António Moreira, em nome do Partido Socialista enderençou as mais sentidas condolências à família de Miguel Portas, bem como ao Bloco de Esquerda. “Nunca pensei que 38 anos após o 25 de Abril eu tivesse que me preparar para lutar pelos ideais de liberdade”, disse. O líder da bancada socialista frisou ainda que os cravos são simbólicos e história não se apaga apagando os símbolos”.
A finalizar as intervenções dos representantes parlamentares, coube a Raul Bouzada Pinto, em nome da Coligação “Juntos Pelo Futuro” usar da palavra. O Presidente da Junta de Freguesia de Outeiro da Cortiçada lembrou as recordações que tinha do 25 de Abril de 1974, frisando que nessa altura tinha apenas 8 anos e vivia em Lisboa. Mais à frente, Raul Bouzada Pinto, disse ainda que “comemorar o 25 de Abril não é para mim celebrar uma data, trata-se acima de tudo de celebrar um período da nossa história recente”. Para o representante da Coligação PSD/CDS-PP “Rio Maior teve um papel relevante na luta pela democracia plena contra qualquer espécie de totalitarismos. O 25 de Abril de 1974 marca o início de um período histórico que as gentes da nossa terra souberam influenciar de forma positiva a bem da nação”, concluiu
Após a intervenção dos líderes das diversas bancadas, discursou a Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Isaura Morais, que fez questão de frisar que a sua intervenção seria de cariz menos político. “Passam hoje 38 anos de uma das datas mais marcantes da vida do nosso País. O nosso calendário diz que é o Dia da Liberdade e poucos são os valores com mais peso para um povo ou para uma pessoa individualmente considerada que o valor da Liberdade.
Prosseguindo, a Presidente da Câmara sustentou que “se no dia 24 de Abril o País vivia nas trevas, no dia 26 não passou a viver na claridade apenas porque houve uma revolução. Porque nada muda de um dia para o outro e de muitas pequenas revoluções é feito o caminho da mudança. Aliás, não nos podemos esquecer que nesse processo, não foram poucos em que quiserem com esta revolução mudar apenas o nome e a cor política dos ditadores, mantendo o regime tão fechado quanto anteriormente estava. Assim, duas lições devem ser imediatamente tiradas do dia 25 de Abril de 74: a primeira é que nem todos aqueles que desalojaram a ditadura, queriam alojar a democracia; a segunda é que o processo de mudança iniciado não foi concluído apenas pela vontade de um único grupo envolvido”.
A concluir, a edil riomaiorense disse que “temos de nos distanciar dos nossos papéis, despirmos os fatos institucionais e analisarmos que contributo é este que damos, nesta sala em que, infelizmente, comunicamos para um universo diminuto. Se não soubermos dar outro rumo a estas comemorações, um dia os vindouros olharão para o 25 de Abril como um feriado que “dá jeito” mas não lições.
No que diz respeito ao Executivo, assumimos a responsabilidade de lançar todos os anos uma atividade diferente como forma de assinalar o Dia da Liberdade. Com um dispêndio reduzido de verbas, claro, é possível envolver mais os riomaiorenses e tocar a sensibilidade política dos jovens”, disse Isaura Morais a finalizar.
A encerrar os discursos, o Presidente da Assembleia Municipal, António Arribança, disse que “o 25 de Abril continua-me a fascinar numa perspetiva de sentimento de posse. umas quantas pessoas e uns quantos militares que porque tiveram uma intervenção maior ou menor julgam que são os donos do 25 de Abril e demitem-se das suas responsabilidades cívicas quando se afastam das cerimónias comemorativas. O 25 de Abril é de todos e não apenas de alguns, e aqueles que se autoexcluem do 25 de Abril quer me parecer que pouca legitimidade têm para falar sobre ele”.
Estas comemorações encerraram com a atuação de um grupo da Escola de Música “A Tocata” que interpretou alguns temas de Zeca Afonso, Fausto, José Mário Branco e Adriano Correia de Oliveira alusivos ao 25 de Abril.
 

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